Impetus Malignum - Entrevista

Formado em Setembro de 2001 na cidade de Porto Alegre, o Impetus Malignum já lançou diversos registros de destaque no Black Metal nacional, chegando inclusive a lançar um split ao lado de nomes conceituados no underground gaúcho como Morterix e Evil Emperor. Atualmente a banda está trabalhando nas composições que irão fazer parte de seu novo álbum de estúdio, intitulado Storms of Fire. O blog Headbanger Rage conversou com o vocalista e guitarrista Disarmoneous, que nos contou sobre as influencias da banda, a cena no estado do Rio Grande do Sul, as expectativas para o próximo full-length e muito mais! Confiram com exclusividade:

HR: Há onze anos atrás Disarmoneous (g/v) e Desperatus (g) fundam o Impetus Malignum. Como você avalia o percurso da banda no decorrer desse tempo?

Disarmoneous: Bom o que posso dizer é que a vontade que eu tinha há onze anos atrás apenas cresceu, assim como minha experiência como músico. A banda evoluiu muito nesse tempo todo, e eu acredito que se não alcançou uma repercussão maior é porque não tivemos sorte de manter uma formação estável durante esse período, porém nunca paramos de trabalhar naquilo que acreditamos, o Metal.

HR: Em 2003 vocês iniciaram a composição de seu primeiro álbum de estúdio, intitulado “When Darkness Devour the Light”, porém, o registro só foi lançado oficialmente em 2007 pela Dark New Age. Como se deu a recepção do público?

Disarmoneous: Eu fui responsável pelas letras e musicas nele. O registro foi gravado pela primeira formação que contava com Execratus e Desperatus, eu gravei os baixos e minhas linhas de guitarra. É um cd conceitual que trata do lado negro da alma humana, chegou a atingir uma boa repercussão, não na época que foi lançado ou gravado, mas sim quando eu comecei a espalhar o videoclipe da musica “Condemned Soul”. Na época, junto com o baixista Mortipherous, também tivemos grande apoio da manager Patrícia Thomas que nos ajudou a divulgar via internet, onde tivemos boas avaliações. Lançamos oficialmente pela Dark New Age Records um split contendo as músicas do “When Darkness Devour the Light”, junto da horda Thorny Woods, porém o dono da gravadora sumiu e não cumpriu com a tour que negociou com a gente. Até onde sei ele ferrou com muita gente também, é uma pena que tenha gente disposta a queimar o filme dessa forma, mas sem duvida tem que fazer muito mais que isso pra nos fazer fraquejar e aqui  estamos com força total.

HR: Qual as maiores diferenças que se pode notar em relação à cena gaúcha da época e a atual?

Disarmoneous: Antes era tudo na base da carta, no boca em boca, flyer impresso, fita k-7 etc. Internet veio pra ajudar a meu ver, hoje é muito mais fácil divulgar um evento e as próprias bandas. Atualmente é possível gravar com equipamentos bons além do fato de que com uma boa dose de empenho o cara pode ate gravar seu próprio material, como é o que eu fiz no “Storms of Fire”, nosso novo trabalho, e assim com varias bandas tem trabalhado independente. Antigamente, não só na cena gaúcha, mas em todo lugar desse país era muito complicado, o cara tinha que correr atrás muito mais, lógico que hoje tem muito mais “banger de fim de semana”, mas o Metal é para os fortes, então com o tempo a escória se afasta.

HR: Na temática da banda vemos temas relacionados a Ocultismo e Filosofia, de onde vem a inspiração de vocês na hora de compor as letras?

Disarmoneous: Tratamos do lado oculto da alma, de viver sobre suas próprias leis, estar pronto para abrir os portais da mente e preparado para o que pode vir a encontrar. Lidamos com valores e virtudes como coragem, força e honra. Tem um pouco de tudo que gostamos e valorizamos na verdadeira essência do Metal.

HR: E musicalmente, que nomes você cita dentre os que ajudaram a moldar o som do Impetus Malignum?

Disarmoneous: Eu componho a parte instrumental, tenho influencias diversas, pois ouço todas as vertentes do Metal, indo do Kiss ao Deicide heheh. Bandas como Dissection, Satyricon, Naglfar, Marduk sem duvida são uma forte influencia.

HR: Em 2010 saiu a Demo “Death Ride”. Na época o material foi disponibilizado para download gratuito. O que fez vocês optarem por essa alternativa?

Disarmoneous: Esse material foi e ainda é divulgado via internet. Nós vendemos algumas cópias em nossos shows, mas focamos na internet por ser uma ferramenta de divulgação gratuita. Não chegamos a encontrar uma gravadora interessada em lançar na época e precisávamos de um material novo pra divulgar então essa foi melhor alternativa naquele momento
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HR: Um fator que merece destaque é o trabalho gráfico apresentado em todos os trabalhos da banda. Vocês têm um designer que sempre acompanha o grupo ou em cada registro a banda escolhe um profissional diferente?

Disarmoneous: O nosso primeiro logo foi desenvolvido por Emerson Rocha e a primeira capa do “When Darkness Devour the Light” foi feita por mim e por Desperatus. Na verdade trabalhamos as idéias juntos, mas foi ele que botou a mão na massa porque eu não entendia nada de Photoshop. Depois quando lançamos o split foi exigido alterar a capa e trabalhei junto com Warleson no novo design. Criei um logo novo que nosso amigo Bernardo Pulgatti desenvolveu e se tornou o que temos hoje. A nova capa usada no split não chegou a ficar 100% como eu queria, mas como não queria atrasar o lançamento, não exigi muito. Em “Death Ride” eu simplifiquei bem a coisa, queria algo simples e marcante então trabalhei em uma imagem de um artista que achei na internet, já pro “Storms of Fire” consegui desenvolver algo bem mais legal e elaborado, e junto com alguns amigos desenvolvemos o brasão da banda que estará nos nossos materiais daqui pra frente. Em breve estaremos divulgando a arte gráfica do novo registro.

HR: Recentemente o Impetus Malignum participou do evento Uivo Underground, ao lado das bandas Human Plague, Cursed Fate, M19 e Blasting. Como você avalia o momento em que está passando o Estado do Rio Grande do Sul em relação ao Metal Extremo?

Disarmoneous: Foi muito afudê participar de um evento bem organizado e com um cast de bandas desse nível! Agradecemos o apoio de nosso amigo e organizador Marlon Mitnel que nos convidou pra essa oportunidade. Felizmente Porto Alegre ganhou mais um evento de peso, temos vários festivais muito bons como Storm Festival organizado pelo Leonardo Schneider e o Brothers of Metal Celebration, do Vagner de Souza. Temos muitas bandas boas de todos os estilos, não só no Sul, mas no país inteiro, não perdemos nada pros gringos no sentido composição, o que nos ferra são os custos de estar num país que não incentiva o Metal, isso as vezes faz bandas boas não conseguirem gravar um material de qualidade pelos custos altos, porem só o fato de termos tantos grupos se dedicando de corpo e alma pela cena mostra que não importa o obstáculo, a chama do Metal arde no coração do nosso povo e muitas bandas ainda vão nos orgulhar  mostrando a ferocidade do som feito nestas terras.

HR: Vocês disponibilizaram no Youtube a faixa título do álbum que vocês estão trabalhando no momento, intitulado “Storms of Fire”. Como está sendo o processo de composição, o que você nos pode adiantar sobre o registro?

Disarmoneous: Esse é o trabalho melhor executado pela banda até hoje, tanto em composição como na gravação, pois finalmente temos uma formação estável. A resposta do público a esta faixa e as músicas novas que executamos em shows tem sido altamente positiva, estamos torcendo pela boa recepção deste trabalho, pois eu tenho composições prontas pra mais 3 álbuns no mínimo, então tem  muita brutalidade pra ser espalhada ainda.

HR: Muito obrigado pelo tempo concedido. Pode contar com o Headbanger Rage na trajetória do Impetus Malignum. Para finalizar, uma mensagem aos nossos leitores.

Disarmoneous: Agradeço a oportunidade de poder divulgar nosso trabalho e a cada headbanger que se prestar a ler essa entrevista, comprar material de bandas underground, ir a shows e ajudar manter a cena viva. Metal, união, força e honra. KILL THE FALSE METAL!


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